Manifestantes de extrema direita entram em confronto com a polícia perto do local do ataque de esfaqueamento no Reino Unido que matou três meninas

Alice Dasilva Aguiar, 9, Elsie Dot Stancombe, 7, e Bebe King, 6, morreram devido aos ferimentos, disse a polícia.

“Continue sorrindo e dançando como você adora fazer com a nossa princesa”, disseram os pais de Aguiar em comunicado divulgado pela polícia. “Como dissemos antes para você, você sempre será nossa princesa e ninguém mudaria isso.”

A família de King disse que nenhuma palavra poderia descrever sua devastação pela perda “de nossa garotinha Bebe”.

Oito crianças e dois adultos permaneceram hospitalizados após o ataque. Tanto os adultos quanto cinco das crianças estavam em estado crítico.

Uma multidão emocionada que se reuniu em Southport, em frente ao teatro e museu Atkinson, no início da noite, fez um minuto de silêncio pelas vítimas.

June Burns, prefeita da região de Sefton que contém Southport, pediu calma e respeito e exortou as pessoas a serem boas umas com as outras. Ela disse que ficou emocionada ao visitar o local da tragédia anteriormente.

“É inacreditável que nos encontremos colocando flores para meninas que só queriam dançar”, disse ela.

Swift disse anteriormente no Instagram que estava “completamente em choque” e ainda absorvendo “o horror” do evento.

“Eram apenas crianças em uma aula de dança”, escreveu ela. “Não sei como transmitir minhas condolências a essas famílias.”

As pessoas deixaram flores e bichos de pelúcia em homenagem em um cordão policial na rua repleta de casas de tijolos no resort à beira-mar perto de Liverpool, onde a praia e o cais atraem turistas. Eles também postaram mensagens online de apoio à professora Leanne Lucas, organizadora do evento, que foi uma das agredidas.

O suspeito de 17 anos foi preso sob suspeita de homicídio e tentativa de homicídio pouco depois dos ataques, pouco antes do meio-dia. A polícia disse que ele nasceu em Cardiff, no País de Gales, e viveu durante anos em um vilarejo a cerca de 5 quilômetros de Southport. Ele ainda não foi acusado.

A violência é o mais recente ataque chocante num país onde um recente aumento no crime com facas alimentou ansiedade e levou a apelos ao governo para que faça mais para reprimir as armas brancas, que são de longe os instrumentos mais utilizados nos homicídios no Reino Unido.

O primeiro-ministro foi ridicularizado por alguns ao visitar a cena do crime e colocar uma coroa de flores rosa e brancas com uma nota manuscrita que dizia: “Nossos corações estão partidos, não há palavras para uma perda tão profunda. Os pensamentos da nação estão com você.”

“Quantas crianças mais?” uma pessoa gritou quando Starmer estava entrando em seu carro. “Nossos filhos estão mortos e você já está indo embora?”

Starmer disse aos repórteres anteriormente que está determinado a controlar os altos níveis de crimes com facas, mas disse que não era um dia para política.

Testemunhas descreveram ter ouvido gritos e visto crianças cobertas de sangue no caos do lado de fora do Hart Space, um centro comunitário que abriga de tudo, desde oficinas de gravidez até campos de treinamento para mulheres.

Joel Verite, um limpador de vidros que viajava em uma van na hora do almoço, disse que seu colega pisou no freio e deu ré até onde uma mulher estava pendurada na lateral de um carro coberta de sangue.

“Ela apenas gritou comigo: ‘Ele está matando crianças ali. Ele está matando crianças lá”, disse Verite à Sky News. (Sky News é propriedade da Comcast, empresa-mãe da NBC News.)

A mulher, que estava ao telefone com a polícia, direcionou-o para o local onde a violência estava acontecendo e depois desmaiou. Verite disse que ele correu na direção que ela havia apontado.

Uma mulher buzinando chamou sua atenção e ele a encontrou com cinco ou seis crianças ensanguentadas dentro. A mulher disse que estava tentando levar as crianças para um local seguro.

“Era como uma cena que você veria em um filme de desastre”, disse ele. “Não consigo explicar o quão horrível foi o que vi.”

Ele correu para o estúdio de dança, onde se assustou ao olhar para um homem de agasalho com capuz segurando uma faca no topo da escada.

“Tudo o que vi foi uma faca e pensei: ‘Tem mais gente aí’, e eu só queria machucá-lo”, disse Verite. “Mas eu estava com medo por mim mesmo e queria ajudar as pessoas. Então saí e estava gritando porque sabia onde ele estava.”

O pior ataque britânico contra crianças ocorreu em 1996, quando Thomas Hamilton, de 43 anos, matou a tiros 16 alunos do jardim de infância e seu professor no ginásio de uma escola em Dunblane, na Escócia. Posteriormente, o Reino Unido proibiu a propriedade privada de quase todas as armas curtas.

Tiroteios em massa e assassinatos com armas de fogo são excepcionalmente raros na Grã-Bretanha, onde facas foram usadas em cerca de 40% dos homicídios no ano até março de 2023.

Os esfaqueamentos em massa também são muito raros, de acordo com Iain Overton, diretor executivo da Action on Armed Violence.

“A maioria dos ataques com faca são individuais e pessoais – seja violência doméstica ou relacionados com gangues – por isso esta tragédia é muito incomum e, consequentemente, atrai muito interesse da mídia”, disse Overton. “Isso não oferece conforto às famílias enlutadas, é claro.”