São Paulo – A possibilidade de disputar a terceira medalha olímpica consecutiva no salto com vara estava quase cogitada. Suspenso por doping há um ano, Thiago Braz teve, após liminar, a oportunidade de disputar o Troféu Brasil, na manhã deste sábado (29/6), no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, e ultrapassou a altura de 5. 65m.
Porém, ele não atingiu o nível necessário de 5,82m e está definitivamente fora das Olimpíadas de Paris-2024. O medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 e de bronze em 2021 se vê injustamente afetado pela situação.
Teste de Thiago Braz
A tensão fez parte da manhã de Thiago Braz. Enquanto esperava os demais atletas disputarem o Troféu Brasil em altura de sarrafo menor, o campeão olímpico andava de um lado para o outro, conversava com a comissão técnica e, na maior parte do tempo, ficava sentado sozinho olhando a pista.
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Durante duas horas – período entre o início do salto com vara e a primeira prova de Braz – o atleta de 30 anos ficou ansioso para retornar às competições depois de mais de um ano. Essa tensão tomou conta do rosto de Thiago até que os demais competidores encerraram a participação, e chegou a hora do dono de duas medalhas olímpicas voltar ao esporte, reiniciando com 5,40 metros de altura.
- 5,40m: errou na primeira tentativa e passou na segunda;
- 5,55m: aprovado na primeira tentativa;
- 5,65m: errou na primeira tentativa, lamentou muito quando errou na segunda e passou na terceira;
- 5,82m: errou na primeira, falhou na segunda e deixou cair a sarrafa mais uma vez.
Essa terceira falha levou à decisão: Thiago Braz não disputará os Jogos Olímpicos Paris-2024. E com o resultado, a tensão em seu rosto deu lugar à tristeza. Depois de competir, o campeão olímpico, em entrevista ao No ataqueele se arrependeu muito de ter ficado um ano sem poder treinar e só poder competir na semana do Troféu Brasil.
“Não funcionou. Fui atrás do que era meu. Acredito que faltou condição física. Fiquei chateado porque queria o índice […]. Ficar ausente por um ano me machucou muito. Nunca usei nada intencional. Foi até difícil controlar as emoções em uma prova que só tinha uma chance. Preparei-me o máximo mentalmente possível dentro das minhas limitações, para o que estava preparado para fazer agora. Acredito que se eu estivesse competindo teria sido liberado mais cedo… Me sinto injusto. Não precisei ficar longe das pistas todo esse tempo.”
Thiago Braz, recordista olímpico no salto com vara
Entenda a punição de Thiago Braz
Thiago Braz está punido desde 28 de junho de 2023 por testar positivo para ostarine. Esta droga, que foi detectada num teste antidoping, tem como objetivo o ganho de massa muscular. A possibilidade era de punição de até quatro anos pelo uso dessa substância.
Na ocasião, o atleta estava suspenso preventivamente. Após dez meses, no dia 28 de maio de 2024, a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), seção antidoping da World Athletics, anunciou a suspensão de 16 meses do brasileiro.
Dessa forma, Braz, que já cumpriu mais da metade da pena, deverá permanecer até novembro de 2024 sem possibilidade sequer de treinar em pistas de atletismo. Sem a preparação e, obviamente, as competições, o campeão olímpico não teria possibilidade de brigar por uma vaga nas Olimpíadas de Paris 2024, que começa no dia 26 de julho. Até uma reviravolta recente.
A tentativa de Thiago Braz de ir a Paris 2024
A situação de Thiago Braz ganhou um novo capítulo na semana passada. Na quarta-feira (26/6), o advogado do atleta, Marcelo Franklin, obteve liminar do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) por meio de recurso para que o brasileiro retorne às competições.
A divulgação ocorreu um dia antes do início do Troféu Brasil de Atletismo, último torneio para atletas brasileiros da modalidade obterem a classificação olímpica para disputar Paris 2024. O prazo para os atletas é 30 de junho.
Dessa forma, Braz explicou à Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) que não teve oportunidade sequer de tentar a classificação para as Olimpíadas, pois está punido desde junho de 2023 e o período de qualificação começou no dia 1º de julho do ano passado. Com a liminar do CAS, o atleta fez o pedido para disputar o Troféu Brasil.
A CBAt se baseou em seu regulamento para conceder a inscrição de Thiago Braz e oficializou a participação do atleta, que só teve a competição deste sábado para tentar atingir a marca de 5,82m no salto com vara, o que lhe permitiria disputar Paris 2024. Porém, Braz parou nas três tentativas e não lutará por mais uma medalha olímpica.
As conquistas de Thiago Braz
Thiago Braz nasceu em Marília, interior de São Paulo, tem 30 anos e é recordista brasileiro e sul-americano do salto com vara. A marca alcançada nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, de 6,03m garantiu a medalha de ouro ao paulista. Esta foi a última premiação de ouro do Time Brasil em provas olímpicas de atletismo.
Para garantir o bronze em Tóquio 2021, o atleta marcou 5,87m. Além das conquistas olímpicas, o atleta conquistou a prata no Mundial de Atletismo Indoor de 2022.
A notícia de que Thiago Braz não chega ao índice, está fora do Paris 2024 e se sente injusto foi publicada pela primeira vez no No Attack de Pedro Bueno.
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