Ministro do Supremo Flávio Dino dá 10 dias para o governo explicar repasses de emendas da saúde

Ministro do Supremo Flávio Dino dá 10 dias para o governo explicar repasses de emendas da saúde


Segundo Dino, quatro meses depois desta determinação, as contas bancárias específicas não foram abertas. (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, deu 10 dias ao governo federal para explicar por que o Ministério da Saúde, estados e municípios ainda não adotam regras adicionais de transparência para emendas parlamentares na área de saúde.

Em agosto, poucas semanas depois de suspender o pagamento das alterações parlamentares, Dino tomou uma decisão adicional prevendo que as transferências “fundo a fundo” ligadas à saúde teriam de utilizar contas bancárias específicas e individualizadas – uma para cada alteração.

Segundo Dino, quatro meses depois desta determinação, as contas bancárias específicas não foram abertas. O pedido de informações foi encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa o governo federal em ações judiciais.

Ainda segundo o ministro, a sugestão de que esse dinheiro fosse transferido para contas individuais – e não “misturado” com o orçamento geral da saúde – partiu da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).

A ideia é que, com contas separadas, seja mais fácil identificar esses recursos e acompanhar o uso do dinheiro.

“A sugestão foi acatada em decorrência de repetidas denúncias ou decisões judiciais sobre uso indevido de recursos provenientes de emendas parlamentares na Saúde, por exemplo com pagamentos de compras e serviços inexistentes”, afirma Dino.

AGU deixou regras para 2025

No dia 10, o governo federal publicou um decreto assinado pela Procuradoria-Geral da República para facilitar o pagamento de emendas parlamentares – que, após quatro meses de bloqueio, havia sido divulgado por Flávio Dino no início de dezembro.

A portaria foi editada, segundo o próprio governo, para “tranquilizar” os órgãos envolvidos no custeio das alterações e uniformizar o entendimento das decisões do ministro Flávio Dino.

Em um dos pontos do documento, a AGU afirmou aos órgãos executivos que as transferências fundo a fundo poderiam continuar a ser feitas no modelo anterior. As informações são do portal de notícias G1.

Impacto do bloqueio

O prazo dado por Dino para explicação da AGU foi incluído em decisão que responde a questionamento da Associação de Municípios do Amazonas sobre o bloqueio de emendas de comissões parlamentares.

No documento, o ministro afirma que não houve “retirada” de recursos dos municípios, e o bloqueio não coloca em risco a continuidade dos serviços essenciais.

Em ofício enviado ao Supremo e em nota publicada, a associação afirma que o bloqueio das emendas prejudica cidades amazonenses em mais de R$ 150 milhões e afeta o pagamento de despesas como salários profissionais, assistência básica à saúde e assistência hospitalar. do interior seriam afetados.