Primeiro jogador profissional a se assumir gay desabafa e faz pedido

No Dia Internacional do Orgulho LGBT, o lateral-esquerdo Joshua Cavallo desabafou e fez um pedido aos torcedores e federações em nome da comunidade. O australiano se tornou o primeiro jogador de futebol profissional a se declarar gay, em 2021, nas redes sociais, e disse não se arrepender.

Aos 24 anos, Josh joga no Adelaide United, da Austrália. Em entrevista com Uma bola de futebolo jogador falou sobre a bandeira que decidiu hastear no futebol, esporte onde o preconceito ainda é alto e o assunto ainda é considerado tabu.

“Não sabíamos como seria, porque ninguém tinha feito isso antes, então não sabíamos o resultado. Mas em termos da minha história, não há arrependimentos. Eu faria isso de novo se tivesse a oportunidade. Não posso controlar a decisão de todos, mas é muito difícil. E há muita negatividade depois que você faz isso. Então, entendo as pessoas que não querem fazer o que eu fiz, porque é muito difícil”, disse.

Em março deste ano, Josh pediu em casamento o namorado, Leighton Morrel, no gramado do estádio do clube, o Coopers Stadium. A atleta comentou sobre o impacto de se assumir e falou da importância de destacar o assunto, como exemplo para pessoas que ainda sofrem retaliações e inseguranças em relação à própria orientação sexual.

“Isso abriu os olhos de muita gente para o futebol australiano. Mas também penso que teve um impacto fora do futebol, em todo o mundo, nas pessoas que estão a crescer, nas crianças mais novas, nas pessoas mais velhas do que eu que se afastaram do futebol, mas que agora estão a jogar futebol novamente, porque há esperança e eles sinto que há um espaço seguro no esporte. E eles podem ser incluídos e é um ambiente inclusivo. Acho que isso tornou as pessoas mais conscientes de que o futebol pode ser a sua casa, não importa onde você esteja no mundo ou onde você se encontre.”

Josh Cavallo, lateral australiano

Josh faz pedido

Por fim, o lateral fez um pedido aos torcedores e às federações de futebol. Para ele, o apoio à comunidade LGBT deve ir além do Mês do Orgulho, para que as pessoas se sintam acolhidas todos os dias – seja no esporte ou fora dele.

“Precisa ser uma campanha contínua, uma consciência contínua de que estamos criando um espaço seguro. É ótimo para os jogadores, mas também para as crianças, as mães, os pais, os avós assistirem, criando impacto para dizer que é um lugar seguro para o meu irmão, ou para a sua irmã, ou para a sua mãe, ou para o seu pai, ou para qualquer pessoa. em sua família, para serem quem eles são. Então é muito importante dar continuidade a isso, não apenas no Mês do Orgulho”, disse.